A reconstrução mamária evoluiu muito nas últimas décadas: hoje há opções que utilizam tecidos da própria paciente (autólogas), implantes de nova geração, enxertos de gordura e combinações dessas técnicas (híbridas). A escolha ideal é personalizada, depende do tipo de câncer, tratamentos oncológicos planejados, biotipo, expectativa estética e prioridade relativa à sensação mamária e ao tempo de recuperação. O objetivo deste texto é explicar as técnicas modernas e os resultados que pacientes podem esperar, com linguagem acessível e embasamento científico.
O texto é baseado na prática e linhas de trabalho do Dr. Ary de Azevedo Marques Neto, cirurgião plástico com residência na FMUSP, fellowship nos EUA e doutorado em Ciências da Saúde, referência em reconstrução mamária, aumento híbrido com implantes + enxerto de gordura (SWEH, HBA), e em técnicas que preservam sensibilidade e formato.
A reconstrução com retalho abdominal tipo DIEP (Deep Inferior Epigastric Perforator) usa tecido da própria paciente (pele e gordura do abdome) sem sacrificar o músculo abdominal, oferecendo resultado natural em forma, textura e peso da mama reconstruída. Estudos longitudinais mostram que DIEP apresenta excelentes resultados estéticos e alta satisfação a longo prazo, sendo comparável (e em determinados cenários superior) a reconstruções exclusivamente com implante em termos de resultado estético e durabilidade.
                    Vantagens:
                    aparência e sensação mais natural, adequação em pacientes
                    que desejam evitar prótese permanente.
                    Desvantagens:
                    cirurgia mais longa, período de internação e recuperação
                    maior, necessidade de equipe microcirúrgica experiente.
                  
A reconstrução com prótese continua sendo amplamente utilizada, frequentemente em combinação com matrizes dérmicas acelulares (ADM) que auxiliam a sustentar e definir o polo inferior da mama, permitindo melhor posicionamento do implante e resultados estéticos superiores em muitos casos. Revisões e estudos comparativos apontam benefícios estéticos com ADMs, embora os achados sobre complicações sejam heterogêneos — o uso adequado e seleção do paciente são fundamentais.
                    Vantagens:
                    cirurgia tipicamente mais curta, recuperação mais rápida que
                    retalhos autólogos; possibilidade de reconstrução imediata
                    durante a mastectomia.
                    Desvantagens:
                    risco de complicações relacionadas ao implante (infecção,
                    extrusão, contratura capsular) e efeito da radioterapia
                    sobre próteses.
                  
O enxerto de gordura tem papel importante tanto como técnica isolada (em reconstruções menores) quanto como complemento para melhorar contorno, suavizar irregularidades e aumentar o volume em reconstruções com prótese (técnica híbrida). Revisões recentes indicam que, quando realizado com técnica adequada, o lipofilling é seguro do ponto de vista oncológico e não está associado a aumento significativo de recidiva local nas pacientes selecionadas.
                    Vantagens:
                    melhora de textura e contorno, uso de tecido autólogo, baixa
                    morbidade doador; pode ser repetido em sessões para ganho
                    incremental de volume.
                    Desvantagens:
                    reabsorção de parte do enxerto (podendo exigir sessões
                    adicionais).
                  
A estratégia híbrida combina implante de última geração com enxertos de gordura para obter forma mais natural e reduzir a necessidade de implantes maiores. Revisões sistemáticas apontam que técnicas híbridas apresentam taxas aceitáveis de complicações e alta satisfação quando realizadas por equipes experientes.
Sempre que oncologicamente seguro, técnicas que preservam a pele e a aréola (nipple-sparing mastectomy) possibilitam resultados estéticos superiores, com menos cicatrizes e contorno mamário mais natural. No entanto, a preservação da sensibilidade nem sempre é garantida: embora a forma e estética melhorem, muitos estudos mostram que a sensibilidade pode ficar diminuída, e a reabilitação sensorial é área de pesquisa ativa.
A reconstrução imediata (no mesmo tempo cirúrgico da mastectomia) costuma trazer melhores resultados estéticos e vantagens psicossociais (menor impacto emocional por remoção e reconstrução simultâneas). Por outro lado, reconstruções adiadas podem reduzir complicações em pacientes que necessitam de radioterapia ou que apresentam condições clínicas que aumentem risco cirúrgico. Revisões comparativas indicam que tanto imediata quanto adiada podem oferecer alta satisfação. A decisão é individualizada, considerando oncologia, radioterapia prevista e preferências da paciente.
Toda cirurgia tem riscos: infecção, hematoma, seroma, problemas de cicatrização, necrose cutânea, perda parcial/total do retalho (em reconstruções autólogas), complicações relacionadas a implantes (contratura) e necessidade de revisões. Radioterapia pode aumentar complicações em implantes; por isso, a integração com a equipe oncológica é essencial. A seleção do procedimento certo reduz risco e número de reoperações futuras.
Esses prazos são estimativas gerais; o plano individual será definido na consulta com o cirurgião.
Na prática do Dr. Ary, a decisão é compartilhada: avaliação clínica detalhada, discussão das opções (incluindo técnicas como CRIMS, Preservê, SWEH e HBA mencionadas em suas linhas de trabalho), simulação de resultados e plano cirúrgico que priorize segurança oncológica, estética e preservação sensorial quando possível. A experiência em cursos, pesquisas e treinamento internacional permite oferecer tanto abordagens microcirúrgicas quanto estratégias híbridas e oncoplásticas.
Sim, é possível, mas radioterapia altera o tecido e influencia a escolha (muitas equipes preferem reconstruções autólogas ou estratégias adiadas/híbridas). A discussão multidisciplinar com radioterapia e oncologia é essencial.
Pode melhorar com o tempo, mas a recuperação é parcial e variável. Técnicas neurotizadoras e preservadoras aumentam as chances, porém não há garantia total.
Depende da técnica: implante pode exigir revisões; autólogas frequentemente conseguem resultado em menos etapas, mas a complexidade inicial é maior. Enxertos de gordura podem necessitar de sessões adicionais para refinamento.
A reconstrução mamária atual é altamente personalizada e combinatória, há técnicas para praticamente qualquer necessidade: desde reconstruções completamente autólogas (DIEP) até estratégias híbridas que unem implante e gordura própria. A escolha ideal resulta do equilíbrio entre segurança oncológica, expectativa estética, disponibilidade técnica local e preferência da paciente. Consultas com equipe experiente e coordenada (cirurgia plástica, mastologia, radioterapia) garantem melhores decisões e resultados.
Se você está considerando reconstrução mamária, agende uma avaliação para discutir opções individualizadas, mapa de riscos/benefícios e plano cirúrgico. O Dr. Ary Marques avalia clinicamente e propõe a abordagem que melhor alinha segurança e resultado estético.
Formado pela FMUSP, com mais de 22 anos de experiência em estética, reconstrução mamária e contorno corporal. Fellow em centros internacionais (MGH-Harvard e Yale), doutor em Cirurgia Mamária e especialista em microcirurgia reparadora, une técnica avançada e atendimento humanizado para resultados naturais e seguros.
 
                      
                     
                      
                    